Escritos por adultos, os livros infantis são obras educativas, lúdicas, importantes, indispensáveis para debatermos as infâncias e conhecermos as crianças do mundo atual - completamente diferentes daquelas de décadas atrás.
Mas, quem melhor para falar sobre si mesmas, suas necessidades e vivências, sob suas perspectivas, se não elas próprias? Esse é o ponto de partida de Uma viagem nos direitos das crianças, livro ilustrado e escrito a muitas mãozinhas, no qual meninas e meninos manifestam pensamentos, desejos e pedidos direcionados aos adultos.
Apesar do recorte - os textos são de crianças italianas, de cinco e seis anos - as indagações aqui expostas representam questões comuns a todas as infâncias, de qualquer lugar do planeta.
São reflexões como essa: “Se os adultos não são inteligentes, não pensam e não protegem as crianças. Se uma pessoa é inteligente e sabe muita coisa, ela ensina para a criança, assim, a criança cresce, fica adulta e, se ganha uma criança, ensina para ela, e assim por diante…”
Até mesmo os idealizadores da obra se surpreenderam com o que viram: “O que mais nos impressionou é o senso de justiça, de igualdade, de maturidade social, de julgamento, de responsabilidade, de solidariedade, que vemos germinar nos pensamentos e nos conceitos das crianças do nosso tempo”, diz um trecho do prefácio assinado pelos educadores Loris Malaguzzi, Marina Castagnetti, Laura Rubizzi e Vea Vecchi.
Uma viagem nos direitos das crianças é uma publicação da Reggio Children, fundação internacional que visa promover a abordagem Reggio Emilia em todo o mundo. Originária da comunidade de Reggio Emilia, na Itália, e criada pelo educador Loris Malaguzzi (1920-1994), essa abordagem pedagógica é focada em desenvolver as habilidades da criança, criando um sujeito independente, autônomo, confiante e reconhecido como ser pensante e com voz na sociedade. No Brasil, o livro está sendo lançado pela parceria Selo Emília/ Solisluna Editora.